À Procura dos Cinco Sentidos

Herdade do Mouchão

Thomas Reynolds dedicava-se à exportação de Vinho do Porto, azeite, lã, mel e cortiça para Inglaterra até que, por volta de 1832, muda-se para o Alentejo, atraído pelo negócio da cortiça. A Herdade do Mouchão é uma das dezenas de herdades onde os Reynolds produziam cortiça e é provável que já existissem vinhas na herdade por essa altura. Em 1901,  constrói-se a ”nova” e fresca Adega do Mouchão, ladeada por vinhas, e que se situa num dos vales da herdade com grandes e grossas paredes de adobe caiadas a branco.

Mouchão - Distribuído pela Cinco Sentidos em Angola

Os antigos tonéis, de 5.000 litros, são utilizados para os melhores vinhos da casa. A neutralidade e porosidade das madeiras usadas proporcionam o estágio perfeito para vinhos que expressam o seu terroir. Os vinhos são vendidos a granel até 1949, quando se engarrafa o primeiro vinho no Mouchão. A colheita de 1954 é a primeira a ser rotulada com a marca “Mouchão” e a chegar à capital. Com a Revolução de 1974, a herdade é expropriada, regressando às mãos dos Reynolds em 1986, já num avançado estado de abandono.

Desde a chegada da electricidade à adega, em 1991, o ritmo de trabalho pouco mudou, com as uvas ainda a serem apanhadas à mão, a serem pisadas a pés e os mostos tintos prensados por 4 velhas prensas de madeira completamente manuais. O vinho resultante das “prensas” é uma raridade e de grande qualidade. A elaboração dos vinhos em lagares, com engaço, aporta um padrão de frescura única aos tintos do Mouchão. Hoje, todos os produtos que Thomas Reynolds inicialmente comercializava em Inglaterra continuam a ser produzidos no Mouchão.